Falsa «consciência» na <i>BMW</i>
A administração do construtor germânico de automóveis de luxo BMW anunciou a decisão de indexar, a partir de 2010, os aumentos salariais dos seus dirigentes aos aumentos dos seus operários.
A medida, da qual resulta que os quadros superiores não terão aumentos em percentagem superiores aos dos operários, foi apresentada, dia 25, com grande pompa e farta demagogia, pelo director dos Recursos Humanos da empresa, Harald Krüger. «Deste modo, asseguramos que o fosso não se aprofundará dentro da empresa», disse o responsável, num momento em que o agravamento das desigualdades sociais na Alemanha é motivo de indignação e revolta em amplas camadas de trabalhadores explorados.
Na verdade, apesar da dura recessão que atingiu a maior economia europeia, provocando o disparo do desemprego, a acumulação de riqueza não cessou de aumentar no país. No ano passado, os alemães receberam atónitos a notícia de que o grupo automóvel Porsche havia distribuído entre seis administradores um «envelope» com 143 milhões de euros. A imprensa referiu que só o antigo «patrão» da companhia, Wendelin Wiedeking, demitido em Junho de 2008, embolsou mais de 77 milhões de euros.
A ganância sem limites do grande capital ultrapassou de tal modo as marcas do «admissível» que até o presidente alemão, Horst Köhler, antigo director do FMI, temendo explosões sociais, se mostrou alarmado com os chorudos dividendos das «elites económicas», apelando, mais que uma vez, à moderação.
Mas estas intervenções visaram apenas pôr água na fervura e calar as massas laboriosas que há mais de uma década perdem todos os anos poder de compra e pagam cada vez mais caros os serviços essenciais, exactamente com o repetido pretexto de uma crise que sempre foi só para alguns.
É neste jogo de aparências que a BMW resolveu agora alinhar, garantindo que o fosso salarial entre os de cima e os de baixo não se agravará mais. Mas mesmo que assim fosse durante algum tempo, alguém poderá ignorar o abismo que hoje os separa? Um membro da administração da BMW ganha, em média, 25 vezes mais que um operário, margem suficiente para prescindir de aumentos durante anos a fio para tentar convencer os operários a segui-lo.
A medida, da qual resulta que os quadros superiores não terão aumentos em percentagem superiores aos dos operários, foi apresentada, dia 25, com grande pompa e farta demagogia, pelo director dos Recursos Humanos da empresa, Harald Krüger. «Deste modo, asseguramos que o fosso não se aprofundará dentro da empresa», disse o responsável, num momento em que o agravamento das desigualdades sociais na Alemanha é motivo de indignação e revolta em amplas camadas de trabalhadores explorados.
Na verdade, apesar da dura recessão que atingiu a maior economia europeia, provocando o disparo do desemprego, a acumulação de riqueza não cessou de aumentar no país. No ano passado, os alemães receberam atónitos a notícia de que o grupo automóvel Porsche havia distribuído entre seis administradores um «envelope» com 143 milhões de euros. A imprensa referiu que só o antigo «patrão» da companhia, Wendelin Wiedeking, demitido em Junho de 2008, embolsou mais de 77 milhões de euros.
A ganância sem limites do grande capital ultrapassou de tal modo as marcas do «admissível» que até o presidente alemão, Horst Köhler, antigo director do FMI, temendo explosões sociais, se mostrou alarmado com os chorudos dividendos das «elites económicas», apelando, mais que uma vez, à moderação.
Mas estas intervenções visaram apenas pôr água na fervura e calar as massas laboriosas que há mais de uma década perdem todos os anos poder de compra e pagam cada vez mais caros os serviços essenciais, exactamente com o repetido pretexto de uma crise que sempre foi só para alguns.
É neste jogo de aparências que a BMW resolveu agora alinhar, garantindo que o fosso salarial entre os de cima e os de baixo não se agravará mais. Mas mesmo que assim fosse durante algum tempo, alguém poderá ignorar o abismo que hoje os separa? Um membro da administração da BMW ganha, em média, 25 vezes mais que um operário, margem suficiente para prescindir de aumentos durante anos a fio para tentar convencer os operários a segui-lo.